Casa de Recuperação e Benefícios Bezerra de Menezes

Museu Roustaing

A verdade, para triunfar e ser aceita, tem primeiro que se chocar com as contradições dos homens. — Roustaing

11. ROUSTAING: DESENCARNAÇÃO E
LEGADO ESPIRITUAL

Elizabeth Roustaing desencarna a 8 de novembro de 1878. O jornal de Bordeaux, La Gironde, estampou o Anúncio Fúnebre. O corpo foi sepultado no jazigo da família, em Le Cimetière de la Chartreuse. Jean Baptiste conclui sua tarefa apenas dois meses mais tarde...

Quando do registro de seu segundo testamento, após a desencarnação da sua “companheira de vida e de boas obras”, o nosso advogado bordelense se encontrava bastante doente. Este quadro clínico veio a revelar-se fatal, pois logo depois, em 2 de janeiro de 1879, numa quinta-feira, Roustaing desencarnava, aos 73 anos, em sua residência em Bordeaux.

Os principais jornais da cidade de Bordeaux noticiaram o falecimento de seu ilustre cidadão. A família de Roustaing, católica, resolveu mandar celebrar uma cerimônia religiosa em favor da alma de J. B. Roustaing, de corpo presente, na igreja de Saint-Pierre, que fica nas imediações da Rue Saint-Siméon. O sepultamento ocorreu no jazigo da família, no cimetière de la Chartreuse. A Revue Spirite, o principal órgão de difusão do espiritismo na época, pública na sua edição de março uma nota de Jean Guérin, seu fiel discípulo, repleta de sentimentos:

“Anuncio-vos a morte, segundo a carne, de nosso excelente irmão e amigo, Sr. Roustaing, ex-bastonário da Ordem dos Advogados de Bordeaux, ocorrida no dia 2 de janeiro deste mês, após uma longa moléstia e vivos e cruéis sofrimentos, em seu domicílio, em Bordeaux, na Rua Saint Siméon, 17, com a idade de 73 anos. [...] Ensinou pela palavra e pelo exemplo. Humilde de espírito e de coração, sempre deu generosamente do que tinha aos que não tinham. “Ficai certos, dizia nas reuniões mensais a que presidia, que ‘para o outro mundo não se leva senão o que neste se deu; e que aquele que dá é quem tem de agradecer”. Em Villeneuve-de-Rion, 6 de janeiro de 1879 - J. Guérin” (Revue spirite, 1879, março, pp. 116-7. Trad. Luciano dos Anjos).

No aniversário da comemoração dos mortos, ainda em fins de 1879, a Sociedade para continuação das obras espíritas de Allan Kardec lembrou os que mereceram reconhecimento por haverem defendido a doutrina pela palavra e pelos atos. Entre os lembrados estava J.B. Roustaing: “Sr. Roustaing, antigo professor de Filosofia, homem culto, jurisconsulto muito conhecido, bastonário da Ordem dos Advogados de Bordeaux [...] deixou a reputação de um espírito justo, leal, íntegro, amigo do progresso” (Revue spirite, 1879, dezembro, p. 487).

Veja também:

ROUSTAING E AS TRADUÇÕES DE OS QUATRO EVANGELHOS

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