Casa de Recuperação e Benefícios Bezerra de Menezes

Blog da Família

Tudo o que fizerdes a um destes pequeninos, é a mim que fareis. — Jesus

LIMITES

Há tempos esse tema vem sendo debatido nas escolas, nas reuniões de pais, na sociedade em geral. Um fato assustador ocorreu no Brasil em 2016, quando um adolescente de 13 anos, trancado em seu quarto, jogando no computador pela internet, se enforcou ceifando sua própria vida. Este fato chocante demonstra que os limites estão sendo ultrapassados e com consequências terríveis.

Mas, o que são limites? De acordo com o Novo Dicionário Aurélio, “limite” é o ponto que não se deve ou não se pode ultrapassar. E “valores” são normas, princípios ou padrões sociais aceitos ou mantidos por indivíduo, classe ou sociedade.

A infância é o período mais propício para o desenvolvimento do processo educativo. Levando-se em consideração que a criança é um ser eterno, ou seja, um viajor da eternidade, faz-se necessário despertar valores latentes. Os pais e responsáveis têm a elevada missão de cumprir essa tarefa. Mais do que missão, é um dever pelo qual será cobrada a devida a prestação de contas futura.

André Luiz, no livro “Mecanismos da Mediunidade” informa que, "O lar é o mais vigoroso centro de indução que conhecemos na Terra". “(...) O Espírito reencarnado, no período infantil, recolhe dos pais os mapas de inclinação e conduta que lhe nortearão a existência, em processo análogo ao da escola primária, pelo qual a criança é impelida a contemplar ou mentalizar certos quadros, para refleti-los no desenvolvimento natural da instrução". Complementa Emmanuel: “O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos”.

A palavra chave no relacionamento entre pais e filhos é "exemplo" – Não é só falar, é fazer.

Do livro - Educação limites e afetividade - da educadora Edileide de Souza Castro, anotamos 10 atitudes que facilitam a construção de limites, mantendo a afetividade:

  1. Trate o comportamento do seu filho sem irritação ou raiva.Jamais diga: "Eu tenho ódio dessa sua atitude".
  2. Admita os comportamentos inadequados e trate-os distante de outras pessoas. Jamais diga: "Meu filho não faria isso!"
  3. Diferencie a criança ou adolescente do erro. Não condene. Jamais diga: "Você é um marginal".
  4. Associe o toque físico afetivo às palavras de correção. Finalize a conversa com um abraço.
  5. Use o “não” de maneira sábia e equilibrada. Não diga "não" agora e "sim" daqui a pouco.
  6. Evite manipular ou deixar-se manipular. Se você não fizer isso, não vai ganhar... Só faço isso, se você me der...
  7. Trabalhe suas emoções para não fazer compensações ou concessões por sentimento de culpa. A mamãe ou o papai vai precisar sair, mas vai trazer um presentinho pra você.
  8. Evite o jogo do “empurra-empurra”. Jamais diga: "Deixe seu pai chegar que você vai ver". Resolva!
  9. Seja coerente na rotina. Seja o exemplo.
  10. Seja perseverante e consistente.

Pais espíritas sabem que precisam ser para os filhos exemplos sadios e geradores de força moral para que, por meio de diálogos (e não monólogos), de conversa amiga (e não de ditadura familiar) sejam estabelecidos os limites indispensáveis para que princípios sólidos lhes sejam fornecidos de base para a formação do caráter em desenvolvimento. Precisam, muito, desenvolver a paciência, que uma vez conquistada nunca a perderão. Ela é a indispensável aliada do amor na sublime batalha da educação.

Munidos desta convicção, os pais espíritas se empenharão em formar seus filhos pelo método do amor e do respeito, considerando-os, tais como a si mesmos, espíritos em evolução, em alguns casos, até mais evoluídos... E, em conjunto da instrução formal, lhes darão a educação moral e a espiritual, completada pelo estudo do evangelho no lar e pela Escola de Evangelização.

Filhos assim concebidos e criados, vivendo num meio saudável e fraterno, jamais precisarão de tapas ou de gritos, pois desde cedo aprenderão a respeitar a vida em todas as suas manifestações, inteirando-se aos poucos das realidades da encarnação.

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