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Blog da Família

Tudo o que fizerdes a um destes pequeninos, é a mim que fareis. — Jesus

A IMPORTÂNCIA DOS ELOS DE AFETO
NA RELAÇÃO COM OS FILHOS

Ser mãe, pai, avó, avô, ou seja, ser responsável por educar alguém é uma missão desafiadora, que gera insegurança e ansiedade por não se saber se estamos indo pelo caminho correto. Essa dúvida aumenta ainda mais quando se tem a noção da diferença entre o aspecto material e o espiritual. A cobrança parece maior, pois o primordial nesse processo é enxergar além da aparência do suposto “casulo”, com a ideia da importância desse vínculo. Ao mesmo tempo que é prazeroso e fascinante, torna-se, também, uma construção diária para todos os envolvidos.

Os laços de afeto com uma criança assemelham-se à espera gradativa do desabrochar de uma linda flor. Depois de colocada a semente, faz-se necessário observar o solo: precisa de luz, de água, tudo na medida certa. O mesmo acontece com a pessoa que recebeu a missão de fazer parte do processo do plantio de valores, de ensinar com objetivo de alcançar o bem, seguindo os exemplos de Jesus Cristo, para que a colheita seja boa e facilite novos desabrochares e frutos para contribuir para um mundo melhor.

Na questão 582 do Livro dos Espíritos é abordada a função dos pais: “Pode-se considerar a paternidade como uma missão?“ R. É, incontestavelmente, uma missão. É, ao mesmo tempo, um dever muito grande e que determina, mais do que o homem imagina, sua responsabilidade para o futuro. Deus colocou a criança sob a tutela dos pais para que eles a conduzam no caminho do bem e lhes facilitou a tarefa ao conceder a ela uma constituição frágil e delicada, que a torna acessível a todas as impressões.

Mas há quem se ocupe mais em endireitar as árvores de seu jardim e em fazê--las render bons frutos, do que em endireitar o caráter de seu filho. Se este sucumbe por erro dos pais, eles receberão a pena disso, e os sofrimentos que a vida futura trouxer à criança recairão sobre eles, pois não fizeram o que dependia deles para o adiantamento do filho no caminho do bem.

A Espiritualidade Superior tudo planeja e nos ajuda o quanto pode para a engrenagem na vida terrena funcionar, através de mútuas trocas, paciência e vontade de acertar, juntamente com a Lei do Amor, pois só ele constrói e é capaz de entender o incompreensível. Se refletirmos, veremos que todas as peças se encaixam: o momento da gravidez, da adoção, de se tornar responsável por um ser em crescimento, tudo está programado, por isso a fé e a confiança são essenciais para exercer tal função.

Nos primeiros sete anos, a tarefa parece ser mais fácil porque as crianças são mais dependentes, exigem a presença dos responsáveis e deixam transparecer uma inocência que seduz a qualquer um. Após esse período, aos poucos, surgem traços desconhecidos, que assustam os que estão engajados no processo de evolução desses indivíduos no plano terrestre. Porém, serão o diálogo, o exemplo e o elogio que servirão como facilitadores nessa fase.

Ninguém gosta de ser criticado o tempo todo, pois isso mexe com a autoestima do ser humano. No Livro “Mulheres Inteligentes, Relações Saudáveis”, de Augusto Cury, é abordada a arte do elogio: ele desfaz inimigos, debela ódios, evita suicídios, enfim, reata relações. A crítica excessiva contrai a espontaneidade, e o elogio realça a autoconfiança... Elogiar é encorajar a caminhada, é propiciar força nas intempéries, coragem nos tropeços e créditos na superação.

É salutar ver a sutileza do exemplo. Alguns dias, através de observações para escrever este artigo, foram analisadas três crianças.

A primeira, de três anos, gritava com sua mãe, que lhe dizia que gritar é feio e que não se deve responder aos mais velhos. A mãe recebeu, então, como resposta o seguinte argumento: “Você grita com a vovó, que é sua mãe e é mais velha.”

O segundo exemplo vem de uma criança de sete anos que mostra não compreender as recomendações da professora para evitar ficar jogando no celular durante muito tempo direto. Após ouvir atentamente o que lhe foi explicado, ela diz que seus pais vivem grudados no celular e que então ela também pode.

O último exemplo, é uma pré-adolescente, que, sem perceber, tem os hábitos da mãe. Quando esta desce do carro e a deixa com o pai, ela vai para frente, tira os sapatos, coloca os pés para cima e liga o rádio na estação de que gosta. Vejam como as atitudes são observadas nos mínimos detalhes.

No livro “As Crianças Aprendem o que Vivenciam”, de Dorothy Law e Nolte Rache Harris, é possível acompanhar mais explicações sobre o poder do exemplo na educação dos filhos:

Seus filhos estão prestando atenção em vocês. Talvez não ao que vocês lhes dizem para fazer, mas certamente ao que de fato veem vocês fazerem. Vocês são o primeiro e mais importante exemplo a seguir... As crianças são como esponjas. Absorvem tudo o que fazemos, tudo o que dizemos. Aprendem conosco o tempo todo, mesmo quando não nos damos conta de que estamos ensinando.

Esses laços, são, enfim, como pontes para evolução de todos os envolvidos nessa linda missão. O “Evangelho Segundo o Espiritismo”, no capítulo IV, relata que esses laços não são destruídos pela reencarnação; pelo contrário, ficam mais fortalecidos. Deus permite, nas famílias, essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para alguns e de meio de adiantamento para outros.

Consequentemente, com essa explicação, conclui-se que os elos de afeto com os filhos são basilares para construção de um mundo melhor através do que é plantado, porque sendo bons semeadores, colheremos boas ações, bons sentimentos e julgaremos menos o próximo pelo simples fato de nos sentirmos responsáveis pelo todo.

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