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Blog da Família

Tudo o que fizerdes a um destes pequeninos, é a mim que fareis. — Jesus

A INFLUÊNCIA DOS OUTROS

Muito pais se preocupam com a influência dos “outros” na vida dos seus filhos. Sim, uma boa parcela de nós é produto do meio em que vivemos, mas quem são esses “outros”? E como os pais e responsáveis podem fortalecer os seus filhos para que não caiam em armadilhas influenciados por esses “outros”?

Importante saber que o mundo é muito mais do que aquilo que a gente vê. Os amigos, colegas, parentes, vizinhos... enfim, as pessoas com quem compartilhamos experiências podem sim influenciar a nossa tomada de decisão, mas ainda temos uma influência que não vemos, que é a dos espíritos desencarnados com os quais sintonizamos.

Na pergunta nº 459 de “O Livros dos Espíritos”, Kardec perguntou se “os espíritos influem sobre os nossos pensamentos e ações”. A resposta foi categórica: “A esse respeito, sua influência é maior do que podeis imaginar. Muitas vezes são eles que vos dirigem.”

A Revista Espírita de 1858 apresenta-nos um exemplo desse fato com o caso do Sr. F., moço instruído, de educação esmerada e caráter suave e benevolente, vítima de um processo de fascinação que só chegou ao fim com a ajuda dos bons Espíritos.

Inspirado pelo Espírito de seu pai, o moço foi até Kardec e procurou seguir o conselho dos Espíritos, que lhe recomendaram entregar-se a um trabalho rude que não lhe deixasse tempo para ouvir as sugestões más.

Ao fim do tratamento, o Espírito que atuava sobre F., que se identificou com o nome de François Dillois, acabou confessando-se vencido e exprimiu o desejo de progredir.

A influência espiritual só se concretiza em virtude da sintonia que se estabelece entre nós e os Espíritos. Conforme os ensinamentos espíritas, a influência espiritual sobre nós pode ser boa ou má, oculta ou ostensiva, fugaz ou duradoura, mas em toda e qualquer situação só se concretiza em virtude da sintonia que se estabelece entre nós e eles.

Uma forma, embora precária, de distinguir os nossos pensamentos dos que nos são sugeridos é compreender que, normalmente, pertence a nós o primeiro pensamento que nos ocorre. O importante, porém, é saber que, independentemente de sugestões ou não, a responsabilidade pelos atos é nossa, cabendo-nos o mérito pelo bem que daí resultar ou o demérito se a ação for negativa.

Diz-nos Rodolfo Calligaris em seu livro “Páginas de Espiritismo Cristão” que “pensar é vibrar, é entrar em relação com o Universo espiritual que nos envolve, e, conforme a espécie das emissões mentais de cada ser, elementos similares se lhe imanizarão, acentuando-lhe as disposições e cooperando com ele em seus esforços ascensionais ou em suas quedas e deslizes”.

É, no entanto, possível neutralizar essa influência e, para isso, a Doutrina Espírita nos indica uma receita simples, porém infalível: a prática do bem e a fé em Deus.

Os Espíritos Superiores nos ensinaram na questão 469 de “O Livro dos Espíritos” que “Fazendo o bem e colocando toda a confiança em Deus, repelis a influência dos Espíritos inferiores e anulais o domínio que querem ter sobre vós. Evitai escutar as sugestões dos Espíritos que vos inspiram maus pensamentos, sopram a discórdia e excitam todas as más paixões. Desconfiai, especialmente, daqueles que exaltam o vosso orgulho, pois que vos conquistam pela fraqueza. Eis por que Jesus nos ensinou a dizer na Oração Dominical: ‘Senhor, não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.

Conseguir império sobre si mesmo significa: elevar-se moralmente, elevar o chamado padrão vibratório, o que se consegue com bons pensamentos, bons sentimentos e bons atos, isto é, a prática constante do bem e da caridade.

O espírito Hammed nos ensina que: “sintonia é o estado em que se encontram duas pessoas que se acham numa mesma igualdade de emoção, ponto de vista, crença ou pensamento”. Toda interferência espiritual acontece respeitando a afinidade entre os agentes envolvidos no processo.

Por exemplo, quando pensamos no bem atraímos quem é do bem, quando pensamos no mal atraímos quem é do mal. Por isso, nos ensina o espírito Manoel Philomeno de Miranda: “Pelo pensamento, cada um de nós elege a companhia espiritual que melhor nos apraz”.

Concordando com o que também ensina Hammed: “Ninguém simplesmente pega energias nocivas ou atrai espíritos infelizes de modo casual ou fortuito. A vida não é injusta. Temos o que merecemos. Não somos vítimas impotentes vivendo um destino impiedoso”.

Nada é por acaso, e todo efeito tem causa. Se estamos sendo foco de algum tipo de obsessão ou perturbação espiritual é por que de alguma forma nós a provocamos.

O aspecto mais importante a sabermos sobre a influência espiritual é que não somos escravos dela e que podemos nos desvencilhar, bastando para isso, apenas nossa própria vontade e determinação.

Com relação aos encarnados, tanto quanto aos desencarnados, quem vai determinar se vai ou não se deixar influenciar é a própria pessoa.

Temos de lembrar que o ser humano é um animal gregário, ou seja, nós vivemos em grupo, precisamos uns dos outros para obter alimento, ter segurança e construir conhecimento. Então, pensar que é possível não receber influência do outro é imaginar o improvável. A questão é saber como construir uma estrutura de personalidade capaz de filtrar os estímulos externos para bloquear os ruins, receber os bons e saber diferenciá-los.

O ideal é começar esse treinamento muito cedo, já na infância, pela construção de pensamento lógico e de inteligência emocional, coisas que podem ser ensinadas e aprendidas. E essa é uma das missões dos pais e responsáveis pelas crianças. Aos pais cabem ajudar os seus filhos a assumirem a autonomia por seus sentimentos sem transferir para os demais a responsabilidade pela consequência de suas ações e por sua eventual infelicidade.

Pensar bem e no bem deixa de ser uma norma moral ou religiosa, para ser uma atitude profilática ou terapêutica, dependendo do caso, no que se refere a viver em paz do ponto de vista emocional e espiritual.

Devemos assumir a responsabilidade pelo que estamos fazendo da nossa existência, confiantes de que Deus nos provê em tudo, e conscientes de que os espíritos não são anjos nem demônios, são apenas seres como nós, apenas fora da carne, porém, dentro da vida, dando prosseguimento ao próprio processo de evolução.

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