Retrato de Bezerra de Menezes

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Bezerra de Menezes

Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da humanidade. - Allan Kardec

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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO:160 ANOS

Capa de O Evangelho segundo o EspiritismoEnquanto a noite moral se demora no corpo ciclópico da Europa, Jesus vela.

Em Paris, desde 1857, teve início a Era Espírita com "O Livro dos Espíritos" e, desde então, os velhos conceitos do pensamento filosófico sofrem vigoroso embate.

O cadáver das Instituições vencidas não impede que a humanidade escreva nova página nos fastos da História.

A boca da intolerância, porém, prossegue, insaciável, tentando devorar as tenras conquistas da verdade, que teima em impor-se.

Agressões e diatribes, lutas e dificuldades surgem esmagadoras, através das quais a força da ignorância tenta sobrepujar a nobreza da razão. Apesar disso, o império das sombras, abalado, começa a ruir...

Espíritos de escol que haviam mergulhado na carne ensaiam os primeiros passos no rumo da liberdade das consciências e da moral.

Em 1860, Allan Kardec conclui o trabalho valoroso do "Livro dos Médiuns" que vem à publicidade no ano seguinte.

A filosofia e a ciência experimental confraternizam, no mundo espírita, alargando os conceitos da vida...

A dor, no entanto, campeia. Embora o Consolador já se encontre entre os homens, o luto e o desencanto, desenfreados, alastram-se, disseminando amargura e aflição.

As Esferas Sublimes, porém, recolhendo os apelos e as lágrimas que se erguem da Terra angustiada preparam a Grande Mensagem de consolação, em nome de Jesus, e "O Evangelho...", como há dois mil anos, se corporifica nas mãos de Allan Kardec para distender a esperança e o amor sobre toda a Terra...

***

Em abril de 1864, o Paracleto, glorioso e triunfante aparece no mundo, vitoriosamente, repetindo o Mestre, na Galiléia, após a Ressurreição, quando confortava os que ficaram na névoa carnal...

Antes, as Vozes haviam falado ao cérebro, e a razão, esclarecida, ensaiou e conseguiu realizar novos empreendimentos.

Depois, a razão investigando, ciosa de roteiros novos, recolheu as notícias da mediunidade, do médium, da obsessão.

O coração, ansioso e sofredor, sedento de paz e harmonia, recebeu, por fim, no "Evangelho", ", o simbólico e sublime lenço para lhe enxugar o suor e o pranto, envolvendo-o no carinho da consolação apaziguadora.

Jesus, que nunca antes se apartara dos homens, aproximou-se, ainda mais, e voltou a falar como outrora, chamando, chamando, e conduzindo.

Novas bem-aventuranças sobre os corações... Cânticos de louvor aos humildes e simples... Promessas abençoadas de amor... Vozes libertadoras...

As fronteiras do Céu perdem-se, agora, interpenetradas nos umbrais da Terra e os Embaixadores da Vida Maior, confraternizando, reafirmam a libertação do espírito humano das velhas algemas...

Jesus é o Guia e Kardec o condutor.

A Boa Nova é o Roteiro e a Mensagem Espírita o consolo.

"O Evangelho Segundo o Espiritismo" que, então, no mundo, corporifica a palavra imperecível do Excelso Enviado, é Ele mesmo de retorno, tomando os filhos e as filhas da dor nos seus amorosos braços para os conduzir aos páramos da luz gloriosa e inextinguível da Verdade.

(Vianna de Carvalho / Crestomatia da Imortalidade – Diversos Espíritos/Divaldo Pereira Franco)

HERESIAS

“E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.” — Paulo.(1ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, capítulo 11, versículo 19.)

Capa do volume Caminho, Verdade e VidaRecebamos os hereges com simpatia, falem livremente os materialistas, ninguém se insurja contra os que duvidam, que os descrentes possuam tribunais e vozes.

Isso é justo.

Paulo de Tarso escreveu este versículo sob profunda inspiração.

Os que condenam os desesperados da sorte não ajuízam sobre o amor divino, com a necessária compreensão. Que dizer-se do pai que amaldiçoa o filho por haver regressado à casa enfermo e sem esperança?

Quem não consegue crer em Deus está doente. Nessa condição, a palavra dos desesperados é sincera, por partir de almas vazias, em gritos de socorro, por mais dissimulados que esses gritos pareçam, sob a capa brilhante dos conceitos filosóficos ou científicos do mundo. Ainda que os infelizes dessa ordem nos ataquem, seus esforços inúteis redundam a benefício de todos, possibilitando a seleção dos valores legítimos na obra iniciada.

Quanto à suposta necessidade de ministrarmos fé aos negadores, esqueçamos a presunção de satisfazê-los, guardando conosco a certeza de que Deus tem muito a dar-lhes. Recebamo-los como irmãos e estejamos convictos de que o Pai fará o resto.

(Caminho, Verdade e Vida – Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

Avareza

“E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de cada um não consiste na abundância das coisas que possui.”- (Lucas, 12:15.)

/Chico XavierFujamos à retenção de qualquer possibilidade sem espírito de serviço.

Avareza não consiste apenas em amealhar o dinheiro nos cofres da mesquinhez.

As próprias águas benfeitoras da Natureza, quando encarceradas sem preocupação de benefício, costumam formar zonas infecciosas. Quem vive à cata de compensações, englobando-as ao redor de si, não passa igualmente de avaro infeliz.

Toda avareza é centralização doentia, preparando metas de sofrimento.

Não basta saber pedir, nem basta a habilidade e a eficiência em conquistar. É preciso adquirir no clima do Cristo, espalhando os benefícios da posse temporária, para que a própria existência não constitua obstáculo à paz e à alegria dos outros.

Inúmeros homens, atacados pelo vírus da avareza, muito ganharam em fortuna, autoridade e inteligência, mas apenas conseguiram, ao termo da experiência, a perversão dos que mais amavam e o ódio dos que lhes eram vizinhos.

Amontoaram vantagens para a própria perda. Arruinaram-se, envenenando, igualmente, os que lhes partilharam as tarefas no mundo.

Recordemos a palavra do Mestre Divino, gravando-a no espírito.

A vida do homem não consiste na abundância daquilo que possui, mas na abundância dos benefícios que esparge e semeia, atendendo aos desígnios do Supremo Senhor.

(Vinha de Luz – Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

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OS EVANGELHOS EXPLICADOS:
A INFÂNCIA DE JESUS

(Mateus, 11: 28 a 30)

Paisagem de Nazaré ao tempo de JesusJesus se criou como todos os meninos precoces da sua idade, tendo falado e andado muito mais cedo do que as outras crianças, revelando aos olhos dos homens, como aos de Maria e de José, excepcional precocidade.

Antes de chegada a época de cessar a amamentação ordinária, começou Ele a ir para os campos, ou com os outros meninos, ou só. Depois, passou a ir sozinho, a separar-se das demais crianças, a afastar-se das suas vistas, sem jamais pedir de comer ao voltar para casa. Acreditavam todos que se alimentara, como o faziam seus infantis companheiros, de frutos, ou de mel silvestre e, sendo a atenção de Maria desviada, para que se não preocupasse com os cuidados maternos, ninguém cogitava de alimentar o menino, de modo diferente. Sem compreender o motivo, Maria não era a mãe humana que prevê todas as necessidades do filho e as previne. Ela sentia instintivamente que o seu não precisava dessa vigilância e, junto Dele, cumpria muito poucos dos deveres que a maternidade impõe às mu- lheres. Não se infira daí que fosse uma mãe indiferente. Isso quer dizer apenas que, guiada pelos Espíritos seus protetores e amigos, se abstinha de cuidados e atenções inúteis.

Do que fica dito podeis deduzir que, ainda muito pequenino, Jesus, com a liberdade que os usos do país lhe permitiam, estava amiúde ausente da casa paterna. Por vezes, desaparecia no momento mesmo em que Maria preparava o repasto e deixava passar a hora da refeição. Quando Maria e José o procuravam e esperavam, dizia- lhes ele: “Não tendes que vos inquietar e que me procurar”. Às solicitações que lhe dirigiam para com eles tomar parte na refeição, respondia: “Não tenho necessidade de coisa alguma”.

Dessa resposta nascia a crença de que o menino se alimentava de frutos ou de mel silvestre.

Assim principiou Jesus a ausentar-se, desde que, de acordo com os usos do país, isso se tornou possível a um menino como Ele, de precocidade muito superior à de todos os outros. E suas ausências se foram fazendo, pouco a pouco e sucessivamente, mais e mais longas, a fim de a elas habituar seus pais e a fim de que estes não se preocupassem com a sua alimentação humana.

Já o dissemos e repetimos: Os Espíritos protetores de Maria dispunham-na a estar de harmonia com os desígnios de Jesus. Ela sentia, como José, também colocado sob as mesmas influências, que o menino tinha aspirações e tendências diversas das daqueles que o cercavam, sem por isso admitirem que Ele não fosse o que parecia ser.

(Fonte: "Os Quatro Evangelhos", org. de Jean Baptiste Roustaing, psicografia de Émilie Collignon, Ed. Ibbis, Brasília, 2022. Tomo I, Item 47, parágrafos 24 a 29)

ESTUDOS FILOSÓFICOS: A MAIOR E MELHOR COLEÇÃO DE ARTIGOS ESPÍRITAS DA IMPRENSA BRASILEIRA ESTÁ DE VOLTA

Artigo CCCLXVIII - O PAIZ, 03.12.1894

Retrato de Bezerra de Menezes

Em nosso penúltimo artigo, prometemos a – Uma crente sincera – e não uma cristã sincera, como saiu publicado, por erro de revisão, tomar em consideração sua segunda pergunta, que é a seguinte:

“Será verídico que os Espíritos façam aparecer qualquer objeto sobre um móvel ou outro lugar, só por influência espírita?

“Faço tal pergunta baseada em um fato que uma pessoa aliás bem inteligente relatou-me.

“Disse esta pessoa que assistiu a uma sessão espírita, a que também estava presente um velho, que ia evocar o Espírito do filho – e que, quando o médium falou, disse-lhe que fosse ver sobre uma mesa, que havia na sala, uma lembrança do filho para ele.

“Cheio de fé, encontrou uma linda rosa, ainda úmida, como que orvalhada pelo rocio da manhã.

“Será isto verdade?

“Quem me referiu tal fato é um cavalheiro na acepção da palavra, espírito culto e incapaz de mentir; mas quem sabe se não foi ilusão?

“Espero que me tire esa dúvida, que me faz vacilar a crença que tenho.”

O fato que pôs em crise a sincera crença de nossa ilustrada leitora, é atestado pela observação dos maiores sábios do nosso tempo, que têm feito, por toda a Europa, experiências com o médium de efeitos físicos Eusápia Palladino – e é explicado pela ciência, que já logrou descobrir a lei que o rege.

Os fenômenos de transporte, à cuja ordem pertence o que foi descrito à nossa leitora, não podem mais ser hoje postos em dúvida, senão pelos sistemáticos, que negam até o que veem e apalpam, quando o que veem e apalpam choca suas infalíveis ideias – ou pelos tolos pretensiosos, que, na penúria de saber, para se fazerem célebres, procuram a celebridade opondo-se a tudo, sem procurarem conhecer aquilo a que se opõem.

Estreitos são os limites deste artigo, para darmos as múltiplas experiências de sábios, verdadeiras autoridades no mundo científico, que atestam a realidade do fenômeno em questão.

Consignaremos somente aqui uma de tantas que vale por todas: a que foi feita em Nápoles, por Lombroso, em companhia de outros luminares da ciência, todos insuspeitos, porque eram mais do que inimigos do Espiritismo; eram dos que o consideravam embuste, magia e charlatanismo.

Estes ilustres cavalheiros, no fim da sessão, em que se deram maravilhosos fatos de transporte, perfeitamente verificados, foram obrigados em consciência e por sua honra a assinar uma ata, em que foram consignados aqueles fatos, fazendo a confissão, digna de quem se preza e preza sobretudo a verdade, de que os fenômenos espíritas são uma realidade.

Riam, pois, os sábios d’água doce: o fato é reconhecido e atestado pelas sumidades, e principalmente pelas que, antes de submetê-lo a provas, repeliam-no com o maior desprezo.

Nós, em nossa humilde posição de observador, já o temos tido debaixo dos olhos por mais de uma vez, e pesa-nos não termos autorização para invocar o testemunho dos cavalheiros, em cujas casas eles se deram, para assim darmos à nossa narrativa a autoridade de nomes respeitados em nossa boa sociedade, que nos lavasse da suspeição de propagandista fanático.

Como, porém, já nos achamos à sombra de Lombroso, daremos o que observamos e que já foi atestado por aquele eminente sábio.

Em casa de um cavalheiro bem conhecido, acatado, estimado de toda a sociedade fluminense, em cujo seio ocupa uma posição distinta, assistimos, de visita, a trabalhos espíritas dignos de figurarem no grande livro desta ciência, que vai conquistando o mundo pelas camadas superiores.

Não vamos descrever aqui a especialidade dos trabalhos que presenciamos, porque propomo-nos a fazê-lo mais larga e detidamente.

Falaremos somente no que se refere ao assunto deste artigo.

No fim da sessão, o Espírito que a dirige mandou que fossem a um globo cor de leite, que não se sabia onde estava, por estar a casa em desarranjo por causa de achar-se em pintura, dizendo que aí se encontrariam os presentes dos Espíritos para seus irmãos da Terra.

Procurou-se o determinado globo, que foi achado n’uma saleta imediata à sala do trabalho, a qual se achava fechada, menos pelo lado em que nos achávamos, e, portanto, que ninguém podia nela penetrar sem passar pelo meio de nós ou ser por nós visto.

No globo encontramos um punhado de flores frescas e úmidas de orvalho, como se tivessem sido colhidas a minutos. Eram 10 horas da noite, e nós estávamos reunidos desde às 8.

Por um médium vidente, o Espírito indicou a distribuição daquelas flores pelos assistentes, cabendo-nos um lindo botão de rosa.

Coisa bem notável! As flores encontradas eram tantas, quantas as pessoas que tomaram parte no trabalho!

Bem sabemos que podem os que só creem em si e na sua ciência ver no que aí deixamos um truque; mas, além de que o fato já é do domínio da ciência, e por conseguinte não há mais necessidade de impingí-lo por meios mágicos e charlatanescos, acresce que o nome só do dono da casa faria recuar todo o que tivesse a lembrança de atribuí-lo a indignos expedientes.

Demais, se antes de se fechar a saleta se tivesse colocado no globo aquelas flores, elas não poderiam conservar a umidade do orvalho da noite. Logo, foram postas ali depois de fechada a sala e pouco antes de serem por nós tomadas.

E neste caso, como dissemos acima, ninguém poderia entrar e sair da saleta sem ser por nós visto, a menos que estivéssemos cegos ou de olhos fechados.

No próximo artigo referiremos outro fato de nossa observação – e se nos sobrar espaço daremos a explicação científica de sua produção, isto é, da lei que rege tais fenômenos.

Max.

(Da União Espírita)

Fonte: Confira o original deste artigo no arquivo da Hemeroteca da Biblioteca Nacional. Para conhecer os demais artigos dessa coleção e seus volumes publicados por nossa CASA visite por favor nossa Biblioteca Virtual.